Barra Funda: Ao redor do Fórum cresce um novo bairro

Inaugurado há quase sete anos, mais precisamente em março de 2004, depois de um escândalo que terminou por levar o presidente de sua comissão de obras (o juiz Nicolau dos Santos Neto, o “Lalau”) à cadeia, o prédio do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa é hoje uma das “âncoras” que contribuem para impulsionar o crescimento do bairro Barra Funda, na Zona Oeste.

O entorno do suntuoso edifício, que consumiu quase R$ 300 milhões, antes era quase todo tomado por galpões industriais e hoje encontra-se repleto de salas comerciais, escritórios de advocacia, restaurantes, lanchonetes, cafeterias, salões de beleza, floriculturas, papelarias, lojas de presente e beleza.

Junto com funcionários da TV Record e outras empresas com sede na região como, por exemplo, a Telefônica, as 20 mil pessoas que circulam diariamente pelo Fórum têm ajudado a dar cara nova ao bairro que, em um apelo de marketing, chegou a ser batizado de “Nova Barra”. Isso porque a região era de várzea e, com a nova movimentação, outra vida toma forma no bairro.

Atraídos pela potencialidade e crescente circulação de pessoas, empreendedores abrem seus espaços comerciais e, com eles, vão gerando renda, empregos, impostos.





Fabiana Galli, 35 anos, personifica bem as transformações locais. Há pouco mais de um ano, estimulada pelo tio e pelo marido, ambos peritos criminais, ela resolveu abrir uma loja da Kopenhagen na praça de alimentação de uma de duas torres de salas comerciais recém-inauguradas na Rua do Bosque. Aproveitando o  lançamento de uma marca alternativa da Kopenhagen, cujo preço é acessível a uma faixa maior de consumidores, Fabiana abriu a Brasil Cacau. Por meses, admite, ficou parada, quase desistiu. Hoje, entretanto, só tem motivos para comemorar: “Todo dia tem gente nova na loja. Estão descobrindo a região e gostando. Dou três anos para ela explodir”.

Outro empresário que aposta na área é Wilson Loureiro. Há oito meses, ele abriu um restaurante na Rua Quirino de Andrade e o lugar, garante, já ficou pequeno. “Abrimos sem expectativa, mas logo no primeiro mês comercializamos 350 refeições por dia. Hoje já são 450”, calcula. “Quando abri meu primeiro negócio aqui, em parceria com meu cunhado, abri pensando no movimento do Fórum. Agora, não. Desfiz a sociedade e abri um novo estabelecimento por causa do Fórum, sim, mas também por causa da Record, da Telefônica e dos inúmeros escritórios.”

Juiz foi acusado de desviar mais de R$ 170 mi das obras
Durante a construção do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, o então presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, Nicolau dos Santos Neto, foi acusado de desviar R$ 170 milhões dos cofres públicos para seu próprio bolso. Embora houvesse nomes de outras figuras públicas envolvidas no escândalo, ele foi o único condenado por corrupção.

R$ 300
milhões. Esse é o preço  aproximado da construção do prédio “do Lalau”.

Fonte: Diário de São Paulo





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