Grupos alugam ônibus e promovem festas circulantes na cidade passam pela Barra Funda

Comum nos Estados Unidos e na Europa, o ônibus-festa chegou a São Paulo, para eventos de até 40 pessoas. Quem trouxe a ideia foi o empresário Mauricio Somlo, após uma viagem para a Califórnia. “Não tinha visto isso em São Paulo e achei que poderia ser um bom negócio”, diz.

E ele estava certo. Inaugurado há cinco meses, o Bus Party faz sucesso. Só neste mês, o veículo deve receber mais de 15 eventos.

São comemorações de fim de ano de empresas e festanças entre amigos, mas também formandos com dinheiro, que não acham que chegar em uma limusine ao baile seja suficiente. Como os 40 jovens que a sãopaulo acompanhou na última quarta-feira.

“Pesquisamos valor de limusine, mas a galera é grande, não queríamos ir só em oito pessoas”, afirmou a estudante Júlia de Castro Kesselring, 18. Cada um do grupo pagou R$ 42 por duas horas no ônibus, três garrafas de vodca Absolut, uma de uísque Red Label, 30 cervejas Stella Artois e dez latinhas de energéticos. Essas últimas não estavam no ônibus.

Para consertar a mancada, o motorista parou em um posto para comprar. “Olha essa luz ‘estrobofóbica’!”, disse uma jovem.

A avó de uma delas, dona da casa onde ocorreu a concentração, no Morumbi (zona sul), também adorou. “É um jeito bárbaro de chegar à festa”, afirmou Rita Djehdian.

Mesmo com o ar-condicionado ligado, todos reclamavam do calor, que desmanchava os belos penteados, assim como as maquiagens.
Talvez fossem as janelas abertas, por onde, nos primeiros minutos do trajeto, um dos jovens jogou uma latinha, e também onde todos colocavam a cabeça para fora, em coro: “Urrul!”.





E o coro mudou quando o gerador parou de funcionar e o motorista foi arrumar o problema. “Urrul, o ‘busão’ quebrou”, gritavam os jovens. Três minutos depois, quando voltou a andar, “Urrul, o ‘busão’ voltou”.

“É sensacional”, afirmou André Ferreira, 18. “O problema é só na curva”, referindo-se ao desafio de ficar em pé em um veículo em movimento. Para isso há as barras nas laterais do carro, que ajudam, mas nem sempre.

E, do Morumbi à Casa das Caldeiras, na Barra Funda (zona oeste), onde era o baile, dá-lhe vodca no chão. Para fechar o Bus Party paga-se R$ 750 por hora, de segunda a quinta-feira (mínimo de duas horas), e R$ 950, de sexta a domingo e feriados (mínimo de três horas). O valor inclui um DJ (opcional; quem quiser pode levar o seu), um copeiro, o motorista, água e refrigerante à vontade. Bebidas alcoólicas são cobradas à parte.

Para fazer o Bus Party, que é o mesmo modelo de um ônibus rodoviário, foi necessário cortar o teto para aumentá-lo da média de 1,90 metro para 2,40 metros. Os assentos foram retirados e deram lugares a bancos forrados encostados nas janelas e virados para o que antes era o corredor. No fundo do veículo, um banheiro e espaço para o DJ, Maurício Matheus, que, além de comandar picapes, fabrica os ônibus-festa. “Eu comecei a fazer projetos desses carros há três anos”, diz ele. “Muita gente se interessava, mas ninguém fechava negócio.” O primeiro foi Mauricio Somlo, o empresário, que comemora.

Já tem o projeto de mais dois ônibus, “com a decoração um pouco diferente, mas que seguem a mesma filosofia”, e que devem começar a circular nos próximos meses por São Paulo.

Fonte: O Estado de S. Paulo





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