Perspectiva de equilíbrio e até de redução de preços na Barra Funda

O dois dormitórios continuará em alta neste ano, tanto para a baixa renda como para a classe média inclusive a média-alta. Também terão espaço os grandes empreendimentos de mais de quatro torres, mas com três dormitórios, no máximo. E 2011 marcará ainda a volta dos flats, além de um maior equilíbrio e até pequena redução nos preços.

Deverá prosseguir o movimento de liberação de grandes áreas por parte de indústrias que vão cada vez mais tomar o rumo das estradas. “Assim como o Tatuapé está hoje praticamente sem indústria, grandes terrenos de outros bairros também serão colocados à disposição de novos empreendimentos residenciais ou comerciais”, prevê o presidente da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia.

O trânsito e o ar da cidade deverão ser beneficiados por essa tendência, especialmente em áreas como Vila Maria, bairro Vila Guilherme, Moóca, Barra Funda, Vila Leopoldina e Jurubatuba, entre outras. Grandes carretas, responsáveis por boa parte da poluição, não terão mais de circular nessas zonas, que ficarão livres de fábricas.

Os preços deverão se estabilizar e até cair ao longo deste ano, principalmente nas áreas onde a elevação foi muito grande em 2010. “Haverá uma redução de um modo geral em toda a região metropolitana e, principalmente, na Capital, com uma estabilização significativa nos próximos dois anos. Não vão ocorrer os exageros do ano passado. Acho que grande parte do preço elevado de 2010 foi para o bolso do incorporador. Isso não vai mais acontecer. Os preços voltarão para patamares razoáveis.”





Com os grandes terrenos cada vez mais raros nas áreas nobres, as grandes construções horizontais serão dirigidas cada vez mais para os limites das cidades. Ocorrerá uma redução tanto nos lançamentos de conjuntos residenciais como de escritórios, seja por uma esperada redução na demanda ou até porque o ritmo do ano passado foi muito elevado.”

“A cidade cresceu 0,8%, em 2010, um ritmo bem acanhado em relação a anos anteriores. Se considerarmos a sua população em torno de 11 milhões de habitantes, vamos ter necessidade de 27.500 unidades habitacionais por ano. Em 2010 foram produzidas 34 mil unidades”, diz Pompéia.

No caso dos comerciais, a tendência será de conjuntos mais espaçosos. O presidente da Embraesp entende que não há mais espaço para a construção de quatro dormitórios porque esse nicho já foi bem atendido nos anos anteriores em bairros como Campo Belo e também porque envolvem maiores riscos de enfrentar problemas de liquidez. O dois dormitórios terá boa procura tanto na classe a ser atendida pelo PAC, como também na classe média alta. Nesse caso serão dois dormitórios grandes em função do amadurecimento da população. “São pessoas ou casais de mais idade que querem um quarto para si e outro para eventuais hóspedes como um filho ou filha em visita.”

O luxo ainda tem mercado. “Tem margem para crescer, devendo chegar a 2%, até por causa de altos executivos de empresas internacionais.” O dirigente prevê ainda uma volta dos flats, especialmente nos bairros mais nobres. Eles, de certa forma, já se fizeram presentes nos lançamentos de 2010, em apartamentos de um e dois dormitórios que anunciavam serviços hoteleiros “sem serem hotéis”.

“É natural esse retorno porque eles deixaram de ser construídos há dois anos por causa de uma briga com o sindicato dos hoteleiros, que não concordava com as facilidades que eles têm”, explica.

Fonte: O Estado de S. Paulo





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