Barra Funda: Exposição de arte em 3D permite que cegos apreciem obras de brasileiros

Uma exposição de arte aberta na Barra Funda, em São Paulo, permite que cegos também apreciem as obras.

Não é qualquer um que enxerga detalhes em uma obra de arte. Regina ficou cega na infância. Estar em uma exposição e descobrir a obra de Di Cavalcanti, sem precisar que alguém a descreva, parece um milagre.

“Isso é a verdadeira inclusão, a importância de passar para aquele que não vê a sensação do que é real”, diz Regina Ribeiro da Silva, psicanalista.

São 14 fotografias de pinturas da pinacoteca de São Paulo em exposição no Memorial da Inclusão. Grandes artistas brasileiros do final do século 19 e começo do 20. A novidade são as pranchas em alto-relevo e as maquetes em três dimensões.

A exposição não é só pra quem não enxerga, a ideia é estimular os videntes a verem a exposição usando outros sentidos. Para isso, basta colocar uma das máscaras.





“Nós demoramos em torno de seis meses, com pesquisa, preparação dos recursos, os altos-relevos, o braile e a sonorização. É possível e todas as exposições podiam ter essa ideia de usar esse conceito de acessibilidade em seus trabalhos”, ressalta Amanda Tojal Fonseca, curadora da exposição.

A exposição levou Bruno Welber Pereira, cego desde criança, a se sentir incluído na paisagem.

“Uma praia, delicada, sentido o mar, a brisa do mar batendo em você. Acho que isso foi que o artista tentou transmitir e eu consegui também sentir tudo isso”, explica Bruno Welber Pereira, instrutor de informática.

A mostra fica em cartaz até o fim de março, no Memorial da Inclusão que fica na Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 – Portão 10 – Barra Funda.





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