Cracolândia já avança para a Barra Funda ‎

Dia a dia, moradores do bairro da Barra Funda, na Zona Oeste, notam o crescimento de uma população não desejada. Usuários de drogas passam dias e noites em ruas do bairro. “A Cracolândia está descendo”, diz Edvaldo Godoy, presidente da Associação Amigos da Barra Funda, referindo-se à região vizinha conhecida pela presença de viciados em crack.

Godoy teme ver vias do bairro dominadas, como já ocorre na parte da Rua Helvétia perto da Estação da Luz. Segundo ele, a concentração de usuários de drogas e mendigos na Barra Funda aumentou porque o albergue Oficina Boracea, na Rua Norma Pieruccini Giannotti, teria parado de oferecer pernoite. “Eles continuam vindo para cá e ficam pelas ruas.” Em frente ao albergue e nas ruas vizinhas, a reportagem viu homens e mulheres  pelas calçadas.

“Fica cheio de gente deitada, principalmente depois das cinco da tarde”, diz  um auxiliar administrativo que trabalha na região, que não quis se identificar. Conforme ele, essas pessoas  pedem  dinheiro e intimidam quem passa. O dono de um bar da região, que também preferiu o anonimato, diz ter sido assaltado  durante o dia.

“Não dá para andar sozinha. Aqui está muito perigoso”, comenta a assistente comercial Tatiana Puletto, 33 anos, que trabalha na Rua Luigi Greco, ao lado da linha férrea. A via é uma das frequentadas por usuários de crack, que dormem na calçada e em barracas improvisadas. O lixo e o mau cheiro incomodam os vizinhos, que dizem já terem presenciado pessoas usando a droga e até fazendo sexo na rua.





Por medo de assalto, a população evita usar a passarela que liga a Luigi Greco até perto da estação. “Prefiro dar a volta e andar meia hora para pegar o metrô”, diz a assistente comercial Vanessa Oliveira, 27 anos.

A Prefeitura nega o fechamento do pernoite no Centro de Acolhida Boraceia. “Ao contrário, ampliamos os serviços à população de rua da região com a inauguração  no último dia 5 de julho do Espaço de Convivência Barra Funda, com capacidade para atender 200 pessoas por dia, e do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua”, disse por meio de nota, informando que o complexo oferece ainda banho, jantar e café da manhã.

Sobre a sujeira, a  Subprefeitura Sé informa que as ruas são varridas uma vez por dia e os trabalhos de retirada de lixo e entulho serão intensificados.

O capitão Cláudio Geromim Valente, do 4º Batalhão da PM, afirma que o policiamento é intensificado na região e os policiais não permitem a permanência de quem não está cadastrado no albergue. E acrescenta que a situação está controlada. Em setembro,  houve dois furtos e um roubo na área.

Fonte: Rede Bom Dia





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